Tendo os “Callcenters” como escudo impenetrável, os gestores das empresas se refestelam em poder, prepotência e o que quiserem. Sejam empresas públicas ou privadas. Assumem o controle, dominam, mandam e desmandam a seu gosto. Os órgãos fiscalizadores quase sempre são camarinhas onde dormitam compadres. Pelo menos, parecem! E os Escudos Impenetráveis viram adagas afiadas, extrapolando funções, assumindo vazios, engolindo inércias, enterrando imagens.
Resta-nos a imprensa independente para (pelo menos) escutar as queixas das vítimas, que passamos a ser, de quem deveria estar ao nosso lado. Esses (quem deveria estar ao nosso lado) subiram tanto, inflados pelo poder sem limites, que mesmo se tentassem, não escutariam mais quem os colocou e os mantem no altar. E esses outros (quem os colocou e os mantem) foram anulados pela burocracia das empresas manipuladas, e somos, agora, apenas números críticos em planilhas de custos.
Então vejam este caso, para ilustrar:
Por uma falha do banco y, não recebi o meu benefício (salário) de fevereiro/2011 que deveria acontecer no dia 28/02. É que minha previdência privada (Fundação Sistel), à revelia, descredenciou o Banco do Estado de Sergipe, onde eu recebera por mais de dez anos, forçando-me a migrar para um dos seus eleitos. Para minha desdita, optei pelo banco y.
Depois de intensa interação com a Fundação (432340,436602,438366,432927), com os feriados do Carnaval e com o tal banco, finalmente, obtive uma conta válida, em 14/03/2011. Fora a condição imposta pelo poderoso, inflexível, definitivo e insensível “Callcenter” da Sistel, para que meu dinheiro pudesse descer até mim. A essa altura, meus compromissos estavam todos no ponto fissão, soltos na praça.
Mesmo com a conta aberta, cadastrada e informada, o pagamento não foi depositado.
No dia 17/03 - devo ter sido o primeiro cliente a ligar - o inflexível “Callcenter” flexionou-se e definiu de maneira inflexível que o meu pagamento de fevereiro só seria enviado no dia 30/03, junto com o pagamento de março. Será?
Reclamei, protestei! Implorei que me deixassem falar com o Presidente, com qualquer gerente. Consegui apenas o número do protocolo do atendimento, 442232.
Estou aqui agora me pegando com Deus (sem “callceu”, ainda), de quem me afastara nos últimos tempos, para que Ele faça com que a sublime Fundação digne-se a depositar meu salário. Mesmo que seja com um mês de atraso, como definiu o soberbo “Callcenter”. Já estou mesmo contaminado...
Talvez Ele (Deus, claro!) possa me tirar dessa aflição!
Antônio Francisco de Jesus, aposentado e escritor, autor dos livros:
“Os Tabaréus do Sítio Saracura” e “Minha Querida Aracaju Aflita” (crônicas que ganhou o último prêmio Mário Cabral, no prelo).
Ps: enviei para o Jornal da Cidade a semana passada mas não foi publicado.
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